segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Rita Lee: ESSE SHOW É MEU!

      A polêmica envolvendo Rita Lee no Projeto Verão é reveladora vejam o vídeo postado no You Tube http://www.youtube.com/watch?v=QGSpHoGq5lA.  O que esse vídeo nos mostra? Tirem toda a polêmica envolvendo as baixarias, vulgaridades e palavrões de Rita Lee. E vamos analisar os pormenores, os detalhes e aquilo que todo mundo viu, mas fingiu que não viu e nunca vê.
     O Governador Marcelo Deda está com seu séquito encastelado no seu camarote quando a cantora começa a desafiar os policiais e grita ESSE SHOW É MEU. Neste momento o Governador muda a feição de espanto para raiva, dá as costas e retira-se do camarote levantando o dedo em riste no ar dando ordens, mostrando que tal qual o personagem Reizinho de Jô Soares, quem manda no Estado é ele.
      Uma cena antológica. Não pelo comportamento de Rita Lee, mas pelo comportamento do Governador.
      Antes de qualquer coisa vamos analisar a situação.   
     Rita Lee está no palco, ofendida com o comportamento da Policia, falando besteiras, asneiras e outras coisas, mas o governador esta no outro palco por assim dizer, em seu camarote particular. Não! os aduladores, boa parte que estavam junto com ele no tal camarote, vão dizer no camarote particular do Governador não! No camarote do Governo do Estado! Muito bem, se o camarote é do Governo do Estado, o acesso está liberado para uso de qualquer cidadão? Qualquer um poderia chegar à escadaria do camarote e dizer me dê acesso pois esse camarote é pago com nosso dinheiro e por ser público eu tenho direito ao acesso?
          Hum. creio que não. Enquanto está todo mundo distraído com as besteiras e grosserias ditas por Rita Lee, eu fiquei mais preocupado com a periferia que a cena mostra neste vídeo no You Tube. Quando ela grita: "eu quero falar com o responsável" e a câmera vira em direção ao camarote do Governador eu pausei a imagem e olhei, rosto por rosto das pessoas que estavam encasteladas ali. Figuras sem luz própria, puxa sacos, CCs, papagaios de pirata, pessoas que gravitam em torno do poder para aproveitar de suas benesses e usufruir dos privilégios que o poder trás. Além claro de um Governador atônito e um Vice Governador que se deliciava secretamente com cada baixaria proferida pela cantora em um êxtase mental.
        Mas a grande pergunta não é sobre Rita Lee. É sobre a situação. Porque num evento público, pago com nossos impostos, o melhor lugar, o camarote praticamente em cima do palco, é ocupado pelo Governador e pelo seu séquito de puxa sacos? Porque não estão os velhinhos de algum asilo ali? Porque não estão as crianças da APAE ali? Melhor ainda, porque esse camarote do Governo do Estado tem que existir? Porque mais dinheiro público teve que ser gasto para levantar aquela estrutura e o Governador, seus familiares, amigos e bajuladores tem que se divertir, aparecer e apreciar o show em situação privilegiada?
       Porque temos essa cultura de quem é eleito para administrar o que é público tem que gozar de privilégios enquanto o povo tem que se ferrar? Porque não causa indignação o fato do Governador está acima dos outros? Porque o reboliço foi sobre as bobagens ditas por Rita Lee, e não pela situação que o Governador se encontrava? Porque é tão natural aos nossos olhos um Presidente da Republica ter direito de uso de avião particular e não usar um avião comercial? Porque o administrador do dinheiro publico tem o direito de usar, usufruir e gozar de nosso dinheiro sem pedir licença? Porque o privilegio? Onde está escrito na Constituição: os políticos no exercício do cargo constituem uma classe especial de cidadãos e por conta disso tem direito de usar em beneficio próprio o dinheiro público na forma que bem entender?
        Quando foi que nos perdemos a capacidade de nos indignar com o desperdício, com a má utilização do dinheiro publico? Será que quando você recebe seu contra cheque descontado todo mês do Imposto de Renda, do INSS ou compra qualquer bagulho e sabe que metade do valor que está ali são impostos, você não percebe que o dinheiro que os políticos gastam é teu e o uso dele teria que ser feito de forma comedida, eficiente e publica?
        No dia que for obrigado Presidente da Republica viajar na aviação comercial, Governador usar transporte publico e Prefeito usar posto de saúde para se tratar, esses serviços melhorariam sensivelmente. A classe política vive num mundo de faz de conta, onde o dinheiro jorra aos montes, e há um séquito de bajuladores, aduladores, baba ovos, abanadores de peidos dos governantes que os seguem fielmente, cegamente e dormem e acordam aos seus pés dizendo que tudo está bom, tudo está bem. Tudo isso para aproveitar das migalhas que caem desses poderosos.
       O Governador e seus bajuladores no camarote em frente ao palco, usando e abusando de nosso dinheiro para ver um show de forma privilegiada me causou asco, indignação e revolta. As besteiras ditas pela balzaquiana Rita Lee não me disseram nada. Dercy Gonçalves falava pior. Rita Lee só acertou numa coisa. Quando gritou  o show é meu! Durante aquele momento mágico em que o artista está sobre o palco fazendo sua arte, sua apresentação seu desempenho, nos esquecemos que há diferença entre classes sociais, que a diferenças raciais, econômicas, de orientação sexual, todos viram um só, todos se transformam em fãs admirando a arte produzida. A única diferença ali era entre como se aprecia esse espetáculo, se do chão no meio do povo, ou de cima de um camarote pago com o dinheiro do povo com a mais displicente cara de pau de uma classe que perdeu a vergonha e usar o dinheiro dos outros sem pedir licença.
        Governador, o dinheiro que o senhor usa para suas festas, para seus camarotes, para seu luxo pessoal é nosso. Pago com nosso suor, humildade é algo que os políticos esqueceram que existe. E naquele momento mágico em que Rita Lee gritou o Show é meu!, ela lembrou a mim que aquele show é nosso, que o dinheiro que estava sendo gasto ali é nosso, e que naquele momento de descontrole verbal ela colocou em seu lugar um cidadão que não é nem mais nem menos que nenhum outro, apenas está exercendo um cargo público e que ao dar as costas para a artista que se descontrolava no palco, levantar o dedo em riste e sair dando ordens ele lembrou a todos nós que o poder é efêmero e transitório e que um dia do alto desse pedestal que os políticos se encontram essa sociedade há de se levantar e dar um ponto final da corrupção, na apatia social e na falta de indignação com o desperdício do dinheiro público. Quer assistir show político? Que assista no meio do povo sem privilégios.
         Rita Lee grite quanto quiser o Show é meu! Pois vai chegar um dia que essa sociedade vai acordar para gritar finalmente o SHOW É NOSSO!
          Não sei quanto a você mas, Minha Opinião É Essa!


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Concurso Público para ser candidato a cargo eleitoral

    Você alguma vez na vida tentou fazer um concurso público?
   Dependendo o nível do cargo que você almeja é necessário ter nível superior, prova de títulos, especialização, submeter-se a exame escrito, prova oral com direito a banca examinadora e apresentar  diversas certidões negativas e atestados incluindo o atestado de bons antecedentes e idoneidade moral.
    Isso para ter o direito de concorrer a uma vaga no serviço público. Se for ao judiciário é mais difícil ainda.     
   Mas há, entretanto, no serviço público, um “concurso” que se realiza a cada dois anos que não exige do candidato nenhum desses pré-requisitos. Basta não ser analfabeto funcional, pode estar respondendo a processos dos mais diversos tipos, desde que não haja sentença condenatória transitada em julgado, pode ser um elemento reconhecido publicamente como um escroque moral, que você pode se candidatar a essa vaga no serviço público.
   Que serviço é esse? É a representação política.
   Para você ser um escrivão numa Delegacia de Policia é solicitado de você tantos documentos, tantos títulos, tantas provas de idoneidade moral, mas para o exercício maior da política no Brasil qualquer pessoa, de qualquer procedência, com qualquer tipo de conduta e intenção pode ser candidato e dependendo do poder de fogo financeiro do candidato ter grandes chances de ganhar.
      Político no Brasil tem direito a imunidade pelo exercício da função, tem direito a foro privilegiado, recebe remuneração, verba de representação, verba de gabinete, tem poder sobre os destinos de toda uma sociedade, mas ainda assim para se submeter ao escrutínio das urnas, o político não deve apresentar nenhum tipo de graduação, preparo, conhecimento administrativo caso pretenda concorrer ao um cargo executivo ou de leis no caso do legislativo. Nem se submeter a nenhum tipo de teste que comprove que esse candidato está apto a concorrer ao cargo que pretende exercer. Basta querer ser político que você é político no Brasil, não é exigido nenhum tipo de exame, avaliação, preparo ou conhecimento de causa para se transformar em um político.
      Lendo esse texto, imagino dois ou três petistas querendo voar no meu pescoço me chamando de elitista, burguês ou de conservador reacionário. Pois por esse tipo de pensamento Lula jamais seria Presidente da República. E numa sociedade justa e correta quem disse que Lula tinha as condições de ser Presidente da República afinal de contas? Qual o preparo que esse político teve para dirigir os destinos do Brasil? Os brasileiros entregaram os destinos do País nas mãos de um político profissional, alguém que se transformou numa máquina de aglutinação popular e que acima de tudo sabia conduzir o emocional dos eleitores para o destino que ele planejou. Se essa aventura deu certa, somente a história poderá julgar, hoje comemoramos o fato de não termos afundado economicamente porque ele tomou a decisão sóbria e de bom senso de fazer política longe da economia e deixar os fundamentos econômicos do governo anterior funcionando no dele, eticamente vamos esperar o julgamento do Mensalão que vai dizer um pouco do que foi o jeito Lula de governar este País.
        De qualquer forma voltamos ao âmago da questão. Entre um médico formado nos bancos das universidades e um curandeiro popular a quem você entregaria seu filho ou pai que necessita urgentemente fazer uma cirurgia cardíaca? Se sem pestanejar você responderia ao médico, pois sabe a que tipo de preparo aquela pessoa se submeteu para exercer o cargo de médico e porque na política não é exigido também um teste, títulos, provas e atestados de idoneidade para que o cidadão possa se candidatar a um cargo eletivo?
           Porque seriamos menos democráticos se exigíssemos de nossos representantes menos alienação e mais preparo para aquilo que eles se dispõem a fazer, como posso querer ser candidato a Prefeito de uma cidade se eu não disponho dos atributos para isso? Se não entendo o mínimo de administração, planejamento, execução, atribuição hierárquica, organização, liderança, se eu abri uma micro empresa e quebrei essa micro empresa três vezes, como eu posso estar apto e preparado para dizer-me candidato ao cargo maior de um município? Só porque eu quero? Porque é democrático? E onde está a obrigatoriedade do preparo para exercer função pública? Que diferencia o Prefeito ou Vereador do assessor técnico, que para exercer sua função publica tem que através de um concurso público provar estar apto a exercer este cargo?
              São perguntas que doem que geram debates acalorados e acima de tudo dizem que tipo de sociedade queremos ter. Somos uma sociedade preguiçosa e permissiva, acostumados ao quanto menos mexer melhor. Temos uma Consolidação das Leis do Trabalho de 1940, um sistema de leis Penais ultrapassado, um Código Civil que é o paraíso dos recursos protelatórios sem fim, uma saúde pública vergonhosa, uma educação de quinto mundo, tudo isso empurrando a sexta economia do mundo, mas não tem vergonha de exibir índices de desenvolvimento humano - IDH similar ao de países africanos. Sem falar na corrupção crônica que assola e consome este País.
                  As origens dessas distorções estão na forma que fazemos a escolha de nossos candidatos hoje. Basta qualquer malandra querer ser político que ele é. Qualquer vagabundo moral, qualquer preguiçoso, qualquer pessoa disposta a entrar na política para exercitar a mentira, a corrupção, a preguiça e a ascensão social pela via mais fácil consegue entrar porque os próprios partidos políticos acolhem qualquer tipo de gente debaixo de suas asas, não existe um processo seletivo, uma peneira, uma barreira que deixasse de fora que tem conduta ruim na sociedade.
                 Está no SPC/SEARSA, ora se o sujeito não consegue honrar seus compromissos como vai ter condições de honrar sua palavra? Pau nele. Quer ser vereador? Tem que fazer um exame básico de conhecimento legislativo e de formulação de leis, só sabe ler e escrever? Pau nele. Quer ser Político, atestado que não tem processo de nenhum tipo correndo contra seu nome, em nenhuma instância, principalmente se for relativo a crimes envolvendo dinheiro público ou contra a vida. Pau nele. Quer ser candidato a cargo eletivo no Brasil faz concurso público preguiçoso e mostra estar preparado a exercer um mandato com dignidade e interesse no bem comum, não apenas ser mais um preguiçoso oportunista a se escorar no dinheiro da sociedade. 
                 Se para contratar alguém para varrer minha rua e ser gari a sociedade exige um preparo mínimo para essa pessoa e o submete a um concurso publico onde ele deve mostrar alguma aptidão ao cargo porque para dirigir minha cidade porque para fazer leis para minha cidade não devo cobrar o mesmo dos políticos?
                  Em nome de que? Da Democracia? Que Democracia? No dia que o Brasil tomar vergonha na cara e começar a botar o dedo na ferida, ver que seu problema não está na sociedade, mas em quem representa essa sociedade é que podemos ter esperança de um País melhor e mais igualitário, nunca os políticos vão fazer uma reforma política que seja séria e necessária, sempre vão lutar para manter o status quo atual, pois eles ganham em cima de nosso medo de evoluir, nosso medo de ir em frente, tenho certeza de quantas pessoas que comem e sobrevivem da preguiça mental que se abate em nosso meio político hoje vão apontar esse texto como reacionário e conservador sem antes ir ao âmago da questão.
                Para ser político é preciso estar preparado ou ser preparado para isso? 
            Por isso eu defendo uma bandeira que pode ser vista como radical, nada de lista definida por partidos políticos, nada de filiação partidária como pré-requisito, para ser candidato a cargo político, tal qual no concurso publico, para entrar na política o cidadão deveria se submeter a um exame público, dando provas de que está preparado para exercer o cargo que pretende disputar. Além de dar todos os atestados e certidões negativas que é exigido para o cargo público o candidato a político deveria fazer o mesmo, somente os aprovados nesse concurso teriam a condição de colocar seu nome para disputar o mandato eletivo. Somente aqueles que passassem por essa peneira poderiam usar o espaço na televisão e nos rádios para divulgar suas idéias e aquilo que pretendem fazer na política. Hoje qualquer um abre a boca para soar o mais bizarro possível e assim atrair a atenção do eleitorado, não é a qualidade é o "diferente" que chama a atenção.
                Tirem dos Partidos o poder de escolha e exijam concurso publico para o cidadão  ser candidato, não melhoria apenas o nível intelectual de nossos políticos, mas já deixaria de fora uma gama de gente preguiçosa, com má vontade e que não consegue através do esforço próprio nada na vida a tentar a política, pessoas acostumadas a crescer apenas na base da intriga, mentira, traição e oportunismo já estariam de fora, porque para se submeter a um concurso publico serio é preciso, abnegação, dedicação, esforço, estudo e trabalho coisa que para muito político isso soa como palavrões aos seus ouvidos.
             Devolvam a arte da política a aqueles que têm interesse na coisa publica e não no dinheiro publico que nossos representantes tenham capacidade moral e intelectual para nos representar, para guiar nossos destinos enfim, que façam a arte da política voltar ser uma arte e um exercício pleno da democracia e não apenas esta vergonha sem fim que vemos diariamente nos noticiários.
              Não sei se você concorda comigo, mas MINHA OPINIÃO É ESSA.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

José Carlos Machado e o Projeto do Gás: De boas intenções o inferno está cheio...

         A população brasileira não sabe de que fria se livrou com a derrota de José Carlos Machado na última eleição. Deputado Federal atuante, Ex-Vice Governador, Ex-Deputado Estadual, José Carlos Machado é daquela espécie rara de políticos que sabemos qual é sua identidade, sabemos que gosta de trabalhar e que geralmente desempenha seu mandato de forma digna e correta. Assim tem sido a jornada no mundo político de empresário José Carlos Machado.

            Não se sabe ao certo, como, quando ou que tipo de cigana bêbada soprou aos ouvidos do então Deputado Federal José Carlos Machado que ele deveria fazer dois Projetos de Lei mudando as regras da comercialização do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), o famoso gás de cozinha, no Brasil.

            Sempre que um político se mete a fazer um projeto de lei que envolva algo que ele não conhece profundamente, não tem contato da realidade ou não sabe quais os reflexos daquela mudança na sociedade, deve esse político se cercar dos assessores mais competentes possíveis ou de especialistas da área para que os mesmos produzam seus pareceres e ajudem na confecção de um projeto de lei que não tenha objetivo diferente daquele que está na cabeça do Político.

            A ninguém que esteja lendo esse texto pensem que deliberadamente o Ex-Deputado José Carlos Machado pretendia fazer um projeto de lei que prejudicasse o consumidor brasileiro, de forma nenhuma consigo acreditar que um homem da índole dele seria capaz disso. Mas acredito piamente na incapacidade, ignorância, ingenuidade e falta de conhecimento total daqueles que o assessoram para produzir um projeto de lei sobre um tema que eles não tinham conhecimento de causa nenhum.

          O que é que o Deputado pretendia? Seu projeto de Lei consistia na possibilidade de mudar as regras do mercado de gás de cozinha no Brasil e permitir que o consumidor "recarregasse" seu botijão de 13kg em qualquer posto de gasolina, ponto de venda pit stop, ou estabelecimento comercial que tivesse um "Posto de recarga de botijões" permitindo ao consumidor que não tivesse o dinheiro para comprar uma carga completa de 13 kg pudesse recarregar seu botijão com a quantidade de peso que tivesse em dinheiro no momento, só tem dinheiro para 6kg? Vai ao posto da esquina e se recarrega seis quilos.

           A principio para quem não conhece o mercado de GLP a idéia é um achado, uma maravilha de bondade e benefícios para o consumidor principalmente o mais carente. Mas para quem conhece o mercado, está no mercado de gás de cozinha e sabe das dificuldades e problemas que tal possibilidade geraria, causava arrepios só ouvir falar desse projeto de lei ao saber das conseqüências que ele traria.

            Vamos aos fatos: A compra de uma carga de gás de cozinha hoje vai além da simples recarga de um botijão. Existe um processo de logística que funciona assim - o consumidor vai ao ponto de venda com seu botijão vazio de qualquer marca, em qualquer estado que se encontre, e recebe um botijão com 13 kg de gás ou 8 kg dependendo do vasilhame, cheio, lacrado, vistoriado e com o vasilhame em perfeito estado de uso. O botijão vazio que o consumidor entrega é recolhido pelo ponto de venda que envia em um caminhão apropriado para a base engarrafadora, lá chegando esse vasilhame vazio é inspecionado, verificado sua condição de uso, segurança e necessidade de reparo, manutenção ou pintura, somente apos essa verificação, reparo, manutenção e pintura, o vasilhame estará apto a receber uma nova recarga de gás e retornar ao mercado, isso se o vasilhame for da mesma marca da engarrafadora, se não for a engarrafadora vai mandar este vasilhame para a proprietária da marca e esta irá realizar a troca do vasilhame para a distribuidora proprietária da marca possa fazer a verificação, reparo, manutenção e pintura do vasilhame para que o mesmo retorne ao comercio, sendo que se o vasilhame estiver danificado a ponto de não poder ser reparado o mesmo será sucateado e descartado ficando a engarrafadora na responsabilidade de comprar um vasilhame novo e repor aquele que foi descartado. Depois de todo esse procedimento o vasilhame recarregado é colocado no caminhão do ponto de venda que irá retornar com o mesmo cheio para ser vendido novamente ao consumidor.

           O mercado do GLP - Gás de Cozinha levou quase uma década de briga, luta e embate para conseguir se regulamentar e funcionar da forma que descrevemos acima. Antes da regulamentação, qualquer engarrafadora pegava um vasilhame vazio de qualquer marca empurrava sua tinta por cima da marca enchia de gás e jogava de volta para o mercado, sem se preocupar com a segurança do vasilhame, sucateamento quando necessário e reposição de vasilhames novos. O mercado era uma selva, Butano enchia vasilhame da Copagaz, que enchia da Supergasbrás, que enchia da Ultragaz e assim por diante, na hora de assumir a responsabilidade por qualquer dano causado pelo vasilhame na casa do consumidor todo mundo fazia cara de mercador e empurrava para o outro a responsabilidade, na hora de repor os vasilhames novos no mercado o mesmo acontecia de novo ninguém queria comprar porque todo mundo enchia o de todo mundo. O mercado foi regulamentado, cada distribuidora só pode encher os vasilhames que sejam de sua marca, a engarrafadora é a responsável pela manutenção, estado de conservação, segurança e pintura do vasilhame e o consumidor hoje efetivamente compra um vasilhame de P13kg por R$ 100,00 e o usa para o resto da vida praticamente.

          O que é que iria acontecer se o projeto de lei inocente e puro do Deputado José Carlos Machado passasse? O caos no mercado de gás de cozinha. A desregulamentação total do setor e o retorno aos seus primórdios. Ora se o consumidor pode ir a qualquer biboca dar uma carga parcial no seu botijão e retornar para casa com esse botijão, que distribuidora de gás vai querer assumir a responsabilidade por um dano causado por esse vasilhame? Como ela vai saber quem fez a manutenção, inspeção, pintura e vistoria do vasilhame garantindo que ele estava apto para ser recarregado? O frentista de posto de gasolina que mal sabe onde fica o tanque dos carros novos? As empresas engarrafadoras iriam à Justiça imediatamente solicitando a quebra da regulamentação do mercado e exigindo que a responsabilidade pela manutenção e segurança do vasilhame saísse de sua guarda e passasse para o consumidor. Para quem? Para o consumidor, é você mesmo meu amigo, minha amiga, que está lendo esse texto que teria mais uma despesa na sua vida. Para que fosse contemplado o tal projeto de lei simpático que permite ao "pobre" colocar quantos quilos de gás queira dentro de seu vasilhame, essa lei ia fazer você que não tem nada haver com essa história pagar a conta.

          Se você compra água mineral sabe que hoje o vaso de água só possui três anos de validade que a troca do mesmo é de responsabilidade do consumidor e que se algum dano acontecer ao vaso enquanto o mesmo estiver na posse do vaso é ele quem paga. Hoje você pode entregar o vasilhame de gás de cozinha enferrujado, amassado, furado, lascado, sujo, enfim, da forma que for que a empresa engarrafadora tem a responsabilidade de no momento da recarga te entregar um vasilhame em perfeito estado de uso com seus 13Kg de gás. Se o projeto de lei do deputado José Carlos Machado passasse nada disso vai continuar a acontecer. O vasilhame de gás se transforma no vasilhame de água na questão da responsabilidade. Ele passa a ter validade que tem que ser respeitado, o consumidor deve zelar por sua manutenção, pintura e conservação e o custo e responsabilidade que hoje está nas costas das distribuidoras seria repassado integralmente para o consumidor.

              Esse é um dos preços da desregulamentação do mercado para que o Ex-Deputado José Carlos Machado pudesse ir a mídia dar entrevista todo garboso como o "pai" de um projeto de lei que visa a atender ao "pobre" fazer pose diante das câmeras enquanto por trás ficaria toda uma malha de antedimento que emprega mais de um milhão de trabalhadores totalmente desguarnecido e desregulamentado e, além disso, o consumidor com a cara no chão sabendo que aquele vasilhame que ele comprava para vida toda, agora era de sua responsabilidade isso porque uma cigana bêbada assoprou nos ouvidos de um deputado que ele devia fazer um projeto de lei que mudasse as regras do mercado de gás de cozinha sem saber como o mesmo funciona nem os custos disso.

           Mas calma esse texto não acabou. Porque os devaneios no mercado do gás do Deputado também não acabaram ainda. Ele tem outro projeto de lei que envolve seu gás de cozinha. O projeto da balança!!! Isso mesmo, outra cigana entorpecida soprou nos ouvidos do deputado que sobra 1kg de gás dentro do vasilhame a cada uso, então as distribuidoras deveriam pesar o vasilhame na frente do consumidor e "devolver" a diferença ao mesmo. Que projeto lindo e útil não é mesmo?

                 Mais uma vez vamos aos fatos: Apesar do GLP se chamar gás de cozinha, dentro do vasilhame o produto se encontra na seguinte composição: 85% do GLP em estado líquido e apenas 15% em estado gasoso. Ou seja, para o Gás Liquefeito de Petroleo para se transformar do estado líquido para o gasoso e sair pela boca de seu fogão é necessário que dentro do botijão ele esteja acondicionado sob pressão correta e que a temperatura ambiente esteja pelo menos em 5 graus Celsius. Abaixo dessa temperatura o GLP encontra certa dificuldade para se converter do estado liquido para o gasoso pode haver o "congelamento" do líquido dentro do vasilhame no final de seu uso. Isso resulta numa perda de 3% a 5% do seu peso, nas regiões do Brasil onde a temperatura ambiente é inferior a 5ºC. Em condições ideais de pressão e temperatura que é o que ocorre em todo o Brasil, a sobra de gás que pode haver dentro do vasilhame é insignificante.

                Agora perguntamos aonde no Brasil temos temperaturas mensais inferiores a 5º C?

        Se o projeto do nobre Deputado passasse todos os pontos de venda do Brasil teriam que pesar o botijão à vista do consumidor em balanças vistoriadas pelo Inmetro, isso resultaria na extinção da entrega do gás de cozinha através de motos e a obrigatoriedade de todas as revendas do Brasil em adquirir caminhões de pequeno porte para fazer a entrega do botijão e carregar a balança para fazer a tal pesagem. Sendo que isso ia gerar um desemprego generalizado nas revendas que possuem entrega com motos além de aumentar o custo de entrega que deixaria de ser feito por motos com um funcionário para ser feito por um caminhão com pelo menos dois funcionários, mais a balança de José Carlos Machado. Quem você acha que iria pagar essa conta?

               Mais uma vez volto a repetir ninguém em sã consciência vai acusar alguém com a biografia de José Carlos Machado de voluntariamente criar dois projetos de lei com o intuito de prejudicar o consumidor brasileiro. Não foi, não é, e jamais será essa a intenção de um político do quilate dele. Mas o Ex-Deputado é culpado sim de não se cercar de assessores competentes, de não buscar consultoria externa independente que conhecesse da causa que ele pretendia atingir e de sim buscar as luzes dos holofotes da mídia e repercussão política para com isso almejar cargos mais elevados na política usando o gás de cozinha como palanque sem medir as conseqüências que isso traria para o consumidor.

             Toda vez que os políticos se metem nos assuntos da sociedade sem antes debater com ela, com as partes interessadas e acima de tudo estudar profundamente as conseqüências que as leis têm isso pode resultar em desastre. Que o digam os ambientalistas e o famigerado novo Código Ambiental.

                  Os projetos de lei do Ex-Deputado José Carlos Machado não estão mortos, muito pelo contrario, outros políticos que buscam o voto fácil do "projeto do gás que vai ajudar o pobre" estão de olho nele para fazer palanque em época de eleição e se essa barbaridade passar no congresso nacional o mercado brasileiro de gás de cozinha vai voltar à idade da pedra e o consumidor brasileiro vai começar a ligar para os meios de comunicação para reclamar do serviço de gás, como liga hoje para reclamar dos serviços de energia elétrica, água e telefonia. Por enquanto o único serviço de utilidade pública que funciona a contento e tem um alto grau de competitividade no Brasil é o de gás de cozinha, mas se o Projeto de Lei do gás do Nobre Deputado passar preparem-se para o caos no setor.

                   Não sei se você gostou do que foi expresso nesse texto, mas... 

                   MINHA OPINIÃO É ESSA.

Sejam bem vindos

Olá Pessoal

Este é um blog simples, sem pirilampos, gifs animadas, musiquinhas, fotos escandalosas ou textos com glitter.

O Redator do Blog mal sabe usar o editor de textos para produiz-lo.

Aqui a única coisa que você pode encontrar de interessante é o que o nome do blog sugere.

Minha opinião.

Não é a verdade absoluta, muito pelo contrário, mas é a expressão da opinião de um brasileiro que se preocupa com sua sociedade, com seu povo e acima de tudo com o nosso bem estar comum.

Nossa intenção não é agredir a ninguém, muito menos ser contra A ou B, aqui não defendo nem ataco pessoas, apenas defendo idéias. As pessoas que são nominalmente citadas aqui o são exclusivamente por exercerem cargos públicos e somente e só em função de seus atos no exercício deste cargo público, a vida pessoal de ninguém nos interessa. Isso fica a cargo dos blogs de fofoca.

No mais o espaço do contraditório está garantido aqui, fiquem a vontade para ser contra o que escrevo contestar, reclamar ou até elogiar, mas tudo dentro do mais alto nível que um debate civilizado permite.

Sejam bem vindos.

Boa Leitura

Boa Reflexão.